sexta-feira, 11 de março de 2016

A Bruxa de Jucurutu


A Bruxa de Jucurutu

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Consta nas anotações de Pedro Velho, a história de uma bruxa que morava lá para as bandas de Jucururu. Morava em uma casa de pedra bem pertinho do Rio Piranhas, onde se avistava ao longe a pedra do Navio. Ela andava pelas florestas, carregando um saco cheio de jucurutus, criava alguns janduís, e tinha um caicó.
E com sua vassoura cutucava as rochas e os terrenos; revirando pedras enormes transformando em metralhas e entulhos. E esta é a razão de hoje as terras do Seridó, parecer um campo de metralhas, por tantas pedras quebradas e espalhadas pelos campos. Fato observado em beiras de estradas. Ela procurava talco e bauxita. E com tanto talco encontrado, já estava ficando muito pálida, que era a forçada usar roupas escuras. Não queria ser confundida com um fantasma, ela era uma bruxa.
Com o cabo da vassoura ela cutucava as rochas e as pedras, e com o lado da piaçava ela varria os minerais que apareciam, transformados em pó. A matéria prima para fazer o pó de pirimpimpim. E de tanto cutucar pedras e rochas, e ainda no final do dia, viajar voando em uma vassoura, já estava ficando com dor nas costas, colecionando lordoses e escolioses. Um médico lhe disse, que se não parasse, e não se cuidasse, ia em breve adquirir uma esculhambose. Mas com tantos minerais circulando em sua volta, teve uma ideia, construir uma cadeira, que além de andar pelas ruas, poderia voar.
E assim começou a história da ponte aérea, de Natal para Jucurutu, com uma única passageira, em cadeira reservada e exclusiva. Fazia escala em Parnamirim e São Gonçalo do Amarante, locais onde tinham pistas e torres de controle, controlando o espaço aéreo. Conhecia algumas bruxas no caminho, como a Bruxa de Emaús, que tem um carro amarelo, ainda estacionado no posto do DUDU. A Barreira do Inferno fica de prontidão, com misseis preparados, caso elas em excesso, interfiram ou atrapalhem o movimento no espaço aéreo.
Outras e muitas histórias, existem sobre a bruxa de Jucurutu, mas ainda faltam provas. Dizem que ela transportava e contrabandeava o pó de pirimpimpim. Abastecendo outras bruxas, que hoje moram em lagoas, na Região Metropolitana de Natal.
Viaja exercendo alguns papeis bem diferentes, de passageira, de comissária e de aviadora. Tem até uns óculos com modelo de piloto. Hoje ela ainda participa e frequenta uma confraria de bruxas, em algum lugar secreto em Natal. Dizem ser um lugar muito perigoso, praticamente impossível de achar e difícil de entrar. Está cercado e vigiado com catitas e daluzinhas.
Muitos dizem que não creem, em bruxas, mas juram que elas existem. E não é que já foram vistas muitas bruxas reunidas, bebendo agua no tororó da lagoa nova. Inclusive tem gente, com jeito de professor, que vai sempre ao tororó encher uma garrafa com água. Depois fica nos eventos, tomando aos goles.

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